Por boa parte do tempo, fazemos escolhas com base em instâncias não plenamente conscientes. Claro, decisões fundamentadas em estratégias de raciocínio formal são possíveis, mas elas sempre devem ser cotejadas com a memória de eventos passados para a formulação de soluções voltadas à obtenção dos resultados que se desejam. Especialmente em situações de incerteza, sistemas como esses são extremamente úteis para agirmos com perícia e rapidez….
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Decisões indecidíveis
O rápido desenvolvimento das neurociências não só estimula a esperança de podermos compreender muitas doenças neurológicas e psiquiátricas como permite analisar quantitativamente aspectos psicológicos considerados, até agora, não mensuráveis, como a heterogeneidade das preferências e dos critérios de escolha, a interferência das emoções nos processos de tomada de decisão e sua aparente coerência, entre outros.
Neurônios mágicos
Se o movimento do tempo — a própria trama da realidade e do agir humano — se desenvolve entre fluxos de instantes privilegiados, a música é, então, o paradigma original em que ressoam os próprios ecos da consciência. Não será a consciência uma partitura que se torna melodia? Uma melodia é muito mais do que as notas que a compõem.
A insustentàvel luz do intelecto
A racionalidade ainda é um território em boa parte desconhecido, habitado por gente como nós, parcialmente ignorante, com um tempo limitado à disposição e um futuro incerto, e não um lugar em que a luz do intelecto irradia com os seus esplendorosos raios a realidade do mundo.
Saber sem pensar
Num estudo científico, há algum tempo atrás, resultou que nenhum executivo admite publicamente que a major parte das próprias decisões é baseada em instintos.
Mutação de uma ideia
O que significa decidir? Numa época em que a decisão é ameaçada por um verdadeiro complô intelectual, como ressalta a tendência geral para a mediação e o compromisso, é absolutamente central discutirmos o tema. A ideia que hoje temos da decisão é muito diferente daquela que se tinha na primeira metade do século XX, quando inteiras gerações de economistas afirmavam que as condutas individuais são ditadas…
Do Rift Valley ao Silicon Valley
Na longa viagem evolutiva da espécie humana, a consciência facilitou a comunicação entre os semelhantes. Na realidade, já antes da hominização, os primatas possuíam um córtex frontal capaz de elaborar informações, medir-lhes a confiabilidade e catalogá-las para tomar decisões. O seu cérebro era equipado para fazer previsões: a) distinguir o melhor do pior e o útil do prejudicial; b) fundamentar expectativas nas próprias ações; c) agir…
Na base do farol não há luz
Se eu pudesse sintetizar em poucas palavras o sentido dos últimos anos de minha vida intelectual, eu diria que tudo está na pesquisa do continente desconhecido que nos guia e nos dá a ilusão de tomarmos decisões. Por mais desproporcional que este desafio seja, todos os meus esforços estão voltados a dar conta dessa presença misteriosa. Alguém poderia perguntar: por que não recorrer ao termo inconsciente no sentido…