Num estudo científico, há algum tempo atrás, resultou que nenhum executivo admite publicamente que a major parte das próprias decisões é baseada em instintos.Mas o que é mais interessante é que os executivos, para evitar serem considerados os responsáveis quando as coisas não dão certo, lançam mão de estratégias defensivas para neutralizar o risco: por exemplo, encontrando explicações depois de ter tomado as próprias decisões, afirmando que antes de decidir reuniram informações amplas e cuidadosas, que consideraram diversos pareceres e, por fim, que decidiram com base em considerações racionais. Um exemplo? Pedir a consultores caríssimos que apoiem a própria decisão encontrando fatos e dados para sustentá-la, produzindo, além disso, documentos enfadonhos nas semanas seguintes, por meio dos quais demonstrar que a decisão foi fundamentada em fatos. Cá entre nós, é uma estratégia que se mostrará muito útil se as coisas derem errado.
Essa consciência está levando os estudiosos a darem mais atenção aos processos decisórios empresariais imputáveis às esferas das emoções e da intuição. Com isso, compreende-se cada vez melhor que não é importante acumular informações, mas selecionar e, acima de tudo, reduzir ao essencial o que é preciso saber. Além disso, está se tomando consciência de que boa parte de nossa habilidade decisória é baseada numa “caixa de ferramentas” composta por estratégias cognitivamente simples, rápidas e econômicas, que nos poupam de cálculos complicados: coisas que, aliás, desde a noite dos tempos garantiram o nosso sucesso evolutivo e adaptativo. Em muitíssimas circunstâncias, nossa inteligência peculiar consiste em “saber sem pensar”.