O rápido desenvolvimento das neurociências não só estimula a esperança de podermos compreender muitas doenças neurológicas e psiquiátricas como permite analisar quantitativamente aspectos psicológicos considerados, até agora, não mensuráveis, como a heterogeneidade das preferências e dos critérios de escolha, a interferência das emoções nos processos de tomada de decisão e sua aparente coerência, entre outros.
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A constantly changing chimera
More than a century ago psychoanalysis set neurology and psychiatry an unprecedented challenge by revealing that the effects of the unconscious are more potent than those of consciousness, and that unconscious drives are constantly trying to surface in conscious life.
Nos bastidores do teatro da mente
Falar está entre as ações diárias mais importantes e, pelo menos na aparência, mais simples. Todo dia, na ponte de comando de nossa mente, pronunciamos corretamente e sem esforço uma enorme quantidade de palavras, enquanto na sala de máquinas nossos laboriosos sherpas estão ocupados compondo e decompondo frases, assegurando plena fluidez a nossos discursos.
Mutação de uma ideia
O que significa decidir? Numa época em que a decisão é ameaçada por um verdadeiro complô intelectual, como ressalta a tendência geral para a mediação e o compromisso, é absolutamente central discutirmos o tema. A ideia que hoje temos da decisão é muito diferente daquela que se tinha na primeira metade do século XX, quando inteiras gerações de economistas afirmavam que as condutas individuais são ditadas…
Do Rift Valley ao Silicon Valley
Na longa viagem evolutiva da espécie humana, a consciência facilitou a comunicação entre os semelhantes. Na realidade, já antes da hominização, os primatas possuíam um córtex frontal capaz de elaborar informações, medir-lhes a confiabilidade e catalogá-las para tomar decisões. O seu cérebro era equipado para fazer previsões: a) distinguir o melhor do pior e o útil do prejudicial; b) fundamentar expectativas nas próprias ações; c) agir…
O corpo doente
Ainda hoje, a doença do corpo (e, portanto, da existência doente) é a emergência que desfia e extenua o jogo de resultado zero das compreensões, das interpretações, das explicações. A corporeidade doente – a condição do Eu e do mundo que se eclipsam no sintoma do corpo doente, enquanto o sujeito se retrai (dissimulando a si mesmo) numa concretude que apaga toda dimensão metafórica do discurso…
O corpo que sou
É difícil falar do corpo numa época repleta de fascinações tecnocientíficas tão poderosas. Nessa transformação radical – em que a realidade virtual incorpora os nossos sentidos e a medicina regenerativa, a nanotecnologia e a bioinformática projetam a imortalidade do homem (nanobots híbridos e proteínas sintéticas que poderão reparar 100% das células corporais) – levar a discussão de volta ao corpo significa, hoje mais do que em…
Fenomenologia de uma mutação
Ter um olhar novo, tornarse um olhar novo, deveria levar a uma assunção plena da mudança. Mas, daquele olhar, não somos mais capazes. Se o sentir de dentro se exteriorizou (isto é, não flui mais de um movimento íntimo), o sentir de fora estranhou-se completamente do mundo, da vida. O deslocamento do desejo em direção ao imaterial, não mais como antigamente em direção às coisas, sela…
O retorno do tempo
Nunca se termina com o tempo. Todos os maiores mistérios da ciência prezam o problema do tempo. Tudo que pensamos, sentimos e fazemos nos recorda sua existência. Percebemos o mundo com um fluxo de momentos que escandem nossa vida, mas tanto os físicos quanto os filósofos dizem que o tempo é perfeita ilusão. Não só eles, na verdade. Muitas vezes ouvimos, mesmo de pessoas comuns, que…